O GEAF no país dos pães e queijos!

04/09/2012 13:13

Desde o meu segundo ano da graduação em Ciências dos Alimentos, ESALQ/USP, sou membro do Grupo de Estudos em Alimentos Funcionais, desenvolvendo vários projetos de iniciação científica e onde adquiri grande conhecimento na área, além de várias amizades valiosas. No início do ano de 2012, recebi uma excelente oportunidade de estudar no exterior, com Bolsa de estudos concedida pelo Cnpq. Dessa maneira, gostaria de compartilhar um pouquinho da minha experiência!

Meu destino foi a França, país dos famosos queijos, vinhos e baguetes! Morei por lá durante 4 meses, até o final de maio. Estudei numa cidade chamada Beauvais, localizada próxima de Paris, na universidade Instituit Polytechnique LaSalle Beauvais. Meu curso era o Spring Semester in Nutritional Sciences, que é lecionado anualmente para alunos estrangeiros. O Spring incluía uma série de disciplinas relacionadas à dieta, nutrição, doenças crônicas, economia, saúde pública, perdas nutricionais durante o processamento de alimentos, etc... Em adição tive duas disciplinas de gastronomia francesa (onde aprendi a fazer a baguete francesa!), além de uma viagem de estudos inesquecível para Bruxelas/Bélgica.

Na viagem de estudos para Bruxelas, visitei vários lugares incríveis, incluindo a União Europeia, uma fábrica de chocolate e uma cervejaria. Você sabia que o chocolate e a cerveja belgos são os melhores do mundo? Questionando aos belgos qual era o segredo para ambos os produtos, disseram apenas que eram privilegiados pelo clima...

Da minha experiência prática, talvez eu tenha tido uma visão restrita por morar em uma cidade pequena na Europa. Curiosa para saber como era na verdade o mercado dos alimentos funcionais nesse local, em todos os supermercados que visitava, procurava observar as prateleiras. Infelizmente subestimei minha expectativa, pois todos os alimentos funcionais que encontrei ali eram basicamente todos os que tínhamos disponíveis aqui no Brasil, incluindo bebidas lácteas probióticas, biscoitos e pães ricos em fibras, etc...

No entanto, visualizando de uma maneira mais ampla o mercado de alimentos em geral na França, destacou-se a grande variedade de queijos (Camembert, brie, roquefort, queijo de cabra, etc...), vinhos, e o que me chamou mais atenção, a disponibilidade de alimentos orgânicos.  Frutas, vegetais e produtos lácteos (leite e queijo) eram os alimentos mais expressivos nesse ramo, sendo também possível encontrar alimentos orgânicos como ovos, carnes, alimentos processados, pães, vinhos, etc... E a demanda desses alimentos é bem interessante: 4 de 10 consumidores franceses compram alimentos orgânicos em uma base regular. Em adição, os números de fazendas, processadores e distribuidores orgânicos estão cada vez maiores.

Outra questão que vem ganhando importância na França é a crescente procura dos consumidores por produtores locais.  Com intenção de valorizar a cultura e a economia local, consumidores preferem pagar um pouco a mais para obter esses tipos de produtos. E marcas locais também já estão conquistando prateleiras de grandes supermercados. É possível você encontrar pequenas lojas nas cidades que vendem produtos locais como frutas, vegetais, geleias, doces, bebidas, queijos e carnes.

 

 

Fazer um intercâmbio é sem dúvida uma experiência muito enriquecedora, tanto profissionalmente quanto pessoalmente. Por mais que você ache que já está “crescidinho”, sua opinião mudará completamente. Longe de tudo, principalmente de sua família e sua cultura, você aprende que maturidade é algo que está sempre em constante construção dentro de nós.

 
Natália Aparecida Mello
Graduanda do 5o ano em Ciências dos Alimentos
Orientação: Profª. Drª Jocelem Mastrodi Salgado