26/06/2013 08:41
Atualmente, a crescente conscientização de que a inclusão de frutas não só in natura, mas também processadas na forma de sucos, geléias e sorvetes, nos hábitos alimentares tem proporcionado além de efeitos benéficos sobre a nossa saúde, com a redução dos riscos de diversas doenças, uma notável melhoria na qualidade de vida dos seus consumidores. Essa mudança nos parâmetros alimentares resultaram numa forte tendência no aumento do consumo de frutas em quase todo o mundo. Assim, as indústrias atentas às exigências e tendências do mercado, vem cada vez mais buscando alternativas e formas de processamento, a fim de oferecerem um produto saudável, de boa apresentação, preservando com integridade suas propriedades nutricionais e funcionais.
O mirtilo (Vaccinium ashei Reade.), fruto nativo da América do Norte, Estados Unidos e Canadá, tem ganhado cada vez mais espaço no Brasil e apesar do seu cultivo ainda ser recente, regiões do Rio Grande do Sul, devido ao clima mais frio, já tem voltado sua atenção para esse fruto pequeno, mas cheio de benefícios. Apresentando-se na forma de baga e com coloração azul escura, esta fruta é muito apreciada por possuir sabor exótico e propriedades funcionais.
Como a maioria dos “barries”, o blueberry, que no Brasil recebe o nome de mirtilo, é rico em flavonoides, taninos e ácidos fenólicos, compostos biologicamente ativos, responsáveis pelas diversas propriedades benéficas à nossa saúde. Dentre estes compostos, as antocianinas recebem merecido destaque, com concentrações que variam de 825 a 4200 mg por quilo de fruto.
Presentes nas porções mais externas dos frutos e evoluindo a medida em que o processo de maturação progride, a composição das antocianinas e dos flavonoides podem sofrer alterações em funções das condições ambientais, cultivar e manejo do pomar, bem como, os fatores que incidem nos processos de pós-colheita e conservação.
O mirtilo tem ganhado cada vez mais a fama do “fruto da longevidade”. Essa denominação impactante que faz nossos olhos brilharem se deve a sua destacável capacidade antioxidante sobre os radicais livres e espécies reativas, resultando assim na prevenção de doenças crônicas não-transmissíveis como as cardiovasculares, diabetes e também as neurodegenerativas. Sabe-se ainda que o fruto previne doenças relacionadas aos olhos, como catarata e glaucoma, proporcionando considerável melhora na capacidade de leitura e foco da visão.
Este fruto pode ainda ser considerado um alimento rico em manganês, com concentrações entre 0,4 a 1,2 mg.100g-1 de fruto maduro. Além disso, fornece outros minerais como potássio e ferro, vitaminas A e C,fibra alimentar e baixo valor calórico, cerca de 45 kcal em meia xícara de chá.
Apesar deste fruto ter ganhado cada vez mais destaque na fabricação de sorvetes, bolos, tortas, geleias e licores, o consumo in natura e o suco, preparado na momento do consumo, são as melhores opções para você que busca o aproveitamento máximo das propriedades funcionais desta fruta que só tem a te oferecer benefícios.
Bruna Lopes Murilha
Graduanda em Ciência dos Alimentos
Profª. Drª. Jocelem Mastrodi Salgado
Referências:
TIBOLA, C. M.; ZAICOVSKI, C.; FERRI, V. C. Compostos nutracêuticos em mirtilo cultivado na região sul do Brasil. Disponível em: < https://www.ufpel.edu.br/cic/2006/arquivos/CA_01354.rtf>. Acesso em: 6 jun. 2013.
REQUE, P.M. Frutos de mirtilo (Vaccinium spp.) e produtos derivados: caracterização e estabilidade de suas propriedades bioativas. Dissertação de Mestrado. UFGRS. Porto Alegre, 2012.
